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Feminicídio: A culpa não é dela, é de todos nós

Feminicídio: A culpa não é dela, é de todos nós

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Foto: EXAME
Nascer mulher é chegar ao mundo condenada, nossa sorte já está traçada. Saiba que seu primeiro brinquedo vai ser uma boneca e que você vai aprender a cuidar dos afazeres domésticos desde de cedo. Trabalhar? Você pode, agora, precisa dar conta de duas jornadas por dia, no ambiente externo e em casa. Seu marido? Não, ele não precisa trabalhar duas vezes, afinal de contas ele é homem, o dever dele é por dinheiro dentro de casa e só.
 
Mas suas responsabilidades não acabam aqui. Você não pode se alterar com seu marido, precisa aceitar tudo, incluindo as traições, pois lembre-se do que seu pai e sua mãe disseram; a responsabilidade de manter um casamento feliz é 99% das esposas.

Parece tudo normal, não é mesmo? O que pode dar errado nesse mundinho tão perfeito onde as mulheres carregam o casamento nas costas?

PARE, ESTÁ TUDO ERRADO. Esse contexto é a cultura do machismo enraizada. Conselhos e costumes reproduzidos por seus pais podem te transformar em uma mulher submissa ou em um homem machista e assassino. Até quando vamos cultivar esses “valores” que desvalorizam o sexo feminino? Até quando vamos ter que ouvir, morreu porque provocou?

Calma, a culpa não é sua, se ele te olhou ou te julgou pela sua roupa. A culpa não é sua se você foi agredida. Afinal de contas, não foi você que criou a cultura da submissão e de como mulheres devem se comportar.

Não se julgue e nem chore, não mude. A CULPA É DE TODOS NÓS.

 
Você mulher, não é propriedade de ninguém!! Não se sinta mal por não conseguir dar conta de duas jornadas de trabalho. Não é sua obrigação. Não jogue fora seu sonho de ser uma jogadora de futebol porque a sociedade disse que isso é coisa de homem.

E nunca, jamais aceite ou se cale diante de violência doméstica seja física ou psicológica.

Foram nos pequenos detalhes que nos apequenaram como seres, e será através da mudança desses mesmos detalhes que vamos mudar o nosso lugar, o nosso mundo.

Este não é um texto de uma feminista, este é um texto de uma filha, uma mãe, jornalista e mulher que busca a cada dia, assim como tantas outras, seu lugar de fala sem precisar ser criticada ou julgada apenas por ser mulher. LUTO POR TODAS ELAS.
 
Por: Regy Santos/Jornalista
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