Movimento em defesa das pessoas atingidas pela hanseníase ganha núcleo em Tianguá, no Ceará, e assina junto a prefeitura termo de cooperação da campanha mundial Não Esqueça da Hanseníase
O Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), que tem 40 anos de atuação no Brasil, inaugura na segunda-feira, dia 8 de novembro, seu mais novo núcleo no município de Tianguá, no Ceará. A assembleia que elege a coordenação do núcleo será realizada às 9 horas, no Auditório da prefeitura de Tianguá, localizado na avenida Moisés Moita, número 785, no bairro Planalto. O evento contará com a presença do coordenador nacional do movimento e conselheiro nacional de saúde, Artur Custódio, vindo do Rio de Janeiro/RJ, e da Lucimar Batista, parte da coordenação nacional do movimento, vinda de Teresina/PI.
“Além de ser estratégico para a região, nosso objetivo com a instauração deste núcleo é fortalecer o enfrentamento à hanseníase de forma transversal nas políticas públicas da região, com o viés dos direitos humanos”, destaca Custódio. O Morhan tem representação em esferas do controle social, como o Conselho Nacional de Saúde (CNS), e atua em interlocução com governos, entidades da sociedade civil organizada e organismos internacionais em defesa dos direitos humanos das pessoas atingidas pela hanseníase no país. A eliminação da hanseníase, o enfrentamento ao estigma relacionado à doença, a qualificação da assistência - do diagnóstico à reabilitação - e o direito à reparação por violações de direitos que historicamente atingiram as pessoas afetadas pela doença e seus familiares são alguns dos objetivos do movimento.
Após a instalação do novo núcleo, o prefeito de Tianguá, Luiz Menezes de Lima e o secretário municipal de saúde, Rejarley Lima, assinarão junto a coordenação do Morhan, o Termo de Cooperação para atuação na campanha global “Não Esqueça da Hanseníase” (Don’t Forget Hansen’s Disease) do embaixador da boa vontade da OMS, Yohei Sasakawa, para que os governos, as organizações e as pessoas não esqueçam da hanseníase em meio à crise da pandemia do covid-19. Com a assinatura do termo, as entidades se comprometem a: promover a conscientização sobre a hanseníase e combater a discriminação sofrida pelas pessoas afetadas pela doença, contribuindo assim para sua eliminação no Brasil; divulgar a parceria junto aos seus colaboradores, fornecedores e veículos de comunicação das entidades, redes sociais e outras formas de contato com a população, utilizando a logo marca e tema da campanha; empenho na organização conjunta de eventos e atividades de interesse mútuo; e participar das atividades e eventos realizados pelas entidades, bem como buscar envolver os órgãos do controle social.
Hanseníase no Brasil e no Ceará
O Brasil é o país com a maior incidência de hanseníase no mundo, com uma taxa de aproximadamente 13 novos casos para cada 100 mil habitantes, segundo dados de 2019 do Ministério da Saúde. No total, foram registradas 27,8 mil notificações de novos casos no ano de 2019. No Ceará, foram 863 novos casos em 2020, uma taxa de 71 casos por 100 mil habitantes. “Além da alta taxa de incidência e da subnotificação que dificulta a eliminação da doença, no último ano estamos enfrentando o problema adicional do subdiagnóstico: com a desorganização dos serviços de saúde pela pandemia de covid-19, o Brasil tem diagnosticado muito menos casos de hanseníase do que deveria”, alerta o coordenador nacional do Morhan. A expectativa é que o núcleo de Tianguá possa intensificar as ações de prevenção e educação em relação à doença no estado.
Saiba mais
Hanseníase é uma doença infecciosa que afeta a pele e os nervos. Com o tratamento adequado, a partir da medicação e acompanhamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em unidades de saúde de todo país, a doença tem cura. A transmissão se dá pelo contato próximo e prolongado com pessoas sem tratamento afetadas pela doença na sua forma multibacilar. A partir do início do tratamento, a doença deixa de ser transmissível. São sinais e sintomas da doença: Manchas (esbranquiçadas, amarronzadas e avermelhadas) na pele com mudanças na sensibilidade à dor, térmica e tátil; sensação de fisgada e formigamento ao longo do trajeto dos nervos dos membros; perda de pelos em algumas áreas e redução da transpiração; pele seca; inchaço nas mãos e nos pés; inchaço e dor nas articulações; redução da força muscular nos locais em que os nervos foram afetados; dor e espessamento dos nervos periféricos; caroços no corpo; olhos ressecados; feridas, sangramento e ressecamento no nariz; febre e mal-estar geral; feridas nas pernas e nos pés; e, nódulos avermelhados e/ou doloridos espalhados pelo corpo.
Por: Morhan Comunicação