Número de brasileiros sem ter o que comer quase dobra em 2 anos de pandemia e chega ao nível dos anos 90
Foto: AC24Horas |
Um levantamento divulgado nesta quarta-feira ( mostra que o país soma atualmente cerca de 33,1 milhões de pessoas sem ter o que comer diariamente, quase o dobro do contingente em situação de fome estimado em 2020.
Em números absolutos, são 14 milhões de pessoas a mais passando fome no país. Os dados são do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN).
O 1º inquérito, divulgado em abril do ano passado, estimava em 19 milhões o total de brasileiros que não tinham nada para comer em 2020, cerca de 9 milhões a mais que em 2018, quando essa população somava 10,3 milhões de pessoas.
A crise provocada pela pandemia do coronavírus está diretamente relacionada ao avanço, ainda maior, da fome nos últimos dois anos.
“O país regrediu para um patamar equivalente ao da década de 1990”, destacou a rede PENSSAN ao divulgar o resultado de seu segundo inquérito. O levantamento anterior havia apontado que o cenário da fome no país remontava ao que era observado em 2004.
As estatísticas apontam que a fome é mais presente entre as famílias que vivem no Norte (25,7%) e no Nordeste (21%) é maior nas áreas rurais, onde atinge 18,6% dos domicílios, é realidade na casa de 21,8% de agricultores e pequenos produtores, que saltou de 10,4% em 2020 para 18,1% em 2022, entre os lares comandados por pretos e pardos atinge 19,3%, dos lares sustentados por mulheres e 11,9% dos chefiados por homens, em relação a 2020, mais que dobrou entre os domicílios com crianças menores de 10 anos de idade
É maior nos domicílios em que a pessoa responsável está desempregada (36,1%) e saltou de 14,9% para 22,3% nos domicílios sustentados por pessoa com baixa escolaridade.
Fonte: G1