O que dizem os candidatos à Presidência sobre a alta dos combustíveis
Uma das pautas mais importantes para a eleição presidencial em 2022 será a alta no preço dos combustíveis, que nos últimos 12 meses sofreu 27,89% de elevação. No período, os corriqueiros reajustes no alor da gasolina(27,48%), do óleo diesel (46,47%) e do etanol (24,59%) impactaram fortemente o bolso do brasileiro de maneira que os candidatos à presidência da república não podem ignorar o assunto. As informações são do G1.
Implementada em 2016 pelo governo de Michel Temer (MDB), a política de paridade para importação da Petrobras, é um dos tópicos mais polêmicos do tema. Isso porque, através dela, são aplicados reajustes no preço dos combustíveis levando em consideração o valor do petróleo no mundo e a cotação do dólar. Como a guerra na Ucrânia fez disparar o custo para compra da matéria prima para refinar e criar os combustíveis, de forma automática subiu o valor dos combustíveis.
Lula (PT)
O pré-candidato já sugeriu alterar a política de preços da Petrobras e investir em refinarias para diminuir importação dos combustíveis a longo prazo.
“Por que o preço da gasolina está tão caro? Porque a gente acabou com a BR [Distribuidora] e agora tem quase 400 empresas importando gasolina dos Estados Unidos, importando em dólar, livre de pagamento de imposto e é por isso que o preço está 7, 8 reais. Vamos abrasileirar os preços, não existe explicação da gasolina ser em dólar", disse Lula, no dia 27 de abril, em entrevista a blogueiros.
Jair Bolsonaro (PL)
Sem propor mudanças a longo prazo, Bolsonaro defende como solução implementar um subsídio para os combustíveis de forma "excepcional". Apesar de já ter criticado a a política de paridade de preços da Petrobras, a PPI, ao dizer que "leis feitas erradamente lá atrás atrelaram o preço produzido aqui ao preço lá de fora. Esse é o grande problema"o atual presidente já disse também que não vai "interferir" na política de preços da Petrobras.
“Não queremos isso (inflação). A questão do subsídio é excepcional que o Paulo Guedes vai decidir porque ele continua sendo meu ministro de minha confiança. Se bem que (a alta) é no mundo todo. Mas, se nós podemos melhorar isso aqui, não podemos nos escusar e nos acomodar. Se pudermos diminuir aqui, faremos isso. Para mim, particularmente falando, é um lucro absurdo que a Petrobras tenha num momento atípico como esse. Não é uma questão apenas interna nossa. Não estou satisfeito com o reajuste, mas não vou interferir no mercado", disse a jornalistas, no dia 13 de março.
Ciro Gomes (PDT)
O pré-candidato pelo PDT, já deu declarações que sugeriram como solução o fim da paridade de preços internacionais do petróleo para baratear o preço dos combustíveis.
"Dolarizaram os preços e resolveram fazer o preço de oportunidade. O que está acontecendo com todo mundo no Brasil é um assalto à mão desarmada porque o custo de um barril de petróleo no Brasil, para produzir na Petrobras, é 10 dólares. O custo, se você botar imposto, o frete, tudo, o lucro de todo mundo da cadeia inteira até chegar na bomba do diesel, custa o barril de petróleo no Brasil 30 dólares. Sabe quanto é que eles estão cobrando? 94 dólares. No primeiro dia de um possível governo meu, os jornais publicarão dois editais. O primeiro edital convoca o conselho de administração da Petrobras para revogar o que eles chamam de PPI: Paridade de Preços Internacional", afirmou Ciro, no dia 17 de fevereiro, ao Cuida Cast.
João Doria (PSDB)
Além de sugerir um fundo de compensação para baratear o valor dos combustíveis, João Dória defende a privatização da empresa estatal.
"Eu, se eleito presidente da República, vou privatizar a Petrobras. Mas não vou fazer um monopólio público virar um monopólio privado. Ela será modelada para ser divida em quatro, talvez em até cinco empresas, para que haja competição entre essas empresas, uma outorga muito pesada para a população brasileira. Ela precisa ser muito bem modelada para que a população brasileira possa ter usufruto do valor de venda da Petrobras", disse Doria, ao podcast No Ringue, em 17 de março.
E a competitividade entre as empresas, no refino e na distribuição, possa acontecer. E a obrigatoriedade, neste programa, que os vencedores todos os meses depositem em um fundo independente, recursos do seu lucro, parte do seu lucro para formar um fundo de compensação para quando você tiver situações como essa do conflito da Rússia contra a Ucrânia, você tenha bilhões de reais para evitar que, imediatamente pelo aumento do preço do barril de petróleo e do refino, seja para o diesel, para a gasolina, para o óleo e também o gás de cozinha, que esse fundo supra essa diferença para que o consumidor não seja afetado e fortemente afetado como está", completou o candidato.