Vereadores confrontam fala do prefeito após ele ser alvo de operação do Ministério Público e declaram apoio à Procap
Data de Publicação: 15 de março de 2024 23:09:00
A Câmara Municipal de Juazeiro do Norte repercutiu, durante a sessão ordinária dessa quinta-feira (14), a operação desencadeada pela Procuradoria dos Crimes contra a Administração Pública (Procap), que cumpriu mandados de busca e apreensão na prefeitura, na sede da empresa responsável pela coleta de lixo e na residência do prefeito Glêdson Bezerra.
No Grande Expediente, vereadores desaprovaram as recentes declarações do prefeito. Em entrevistas após a ação da Procap, Glêdson afirmou que poderia estar sendo vítima de perseguição política. No entendimento da maioria dos vereadores, a declaração foi infeliz, pois coloca em xeque o trabalho realizado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE).
Em seu requerimento verbal, o presidente Capitão Vieira Neto (MDB) requereu o envio dos vídeos com as declarações de Glêdson aos órgãos de fiscalização. Para o chefe do Legislativo municipal, o prefeito insinuou uma suposta interferência política no MP estadual, com o intuito de “desmerecer o trabalho do Ministério Público”.
“O prefeito quis fazer um palanque político, desmerecendo e colocando em dúvida uma instituição tão séria como o Ministério público, como também a Polícia Civil do Ceará da qual ele faz parte”, disse o presidente.
Já o vereador Darlan Lobo (PRD) enalteceu o trabalho de fiscalização desempenhado pela Câmara Municipal. Isso porque a operação é resultado de denúncias encaminhadas pelo Legislativo ainda em 2021, no início da gestão municipal atual, quando vereadores denunciaram suposto direcionamento numa dispensa de licitação da limpeza pública.
Na sessão, outros seis vereadores se manifestaram sobre o caso. Márcio Joias (União Brasil), por exemplo, apontou divergências nos números divulgados pela gestão municipal em relação ao contrato da limpeza pública. Para ele, a narrativa de economia resultante do corte pela metade do valor global do contrato é falaciosa.
“Se fizer uma análise, esse valor do lixo está caro. Além de não estar limpando a cidade, o que ele cortou [serviços] era para ter baixado mais”, disse o vereador apontando a diminuição dos serviços no contrato da limpeza pública.
Ivanildo Rosendo (DC) e Janu (Republicanos) também abordaram a operação em seus pronunciamentos. Além de lamentarem as declarações do prefeito, eles exaltaram o trabalho realizado pelos órgãos de fiscalização e manifestaram apoio ao Ministério Público, sobretudo aos membros da Procap.
“Ninguém está acima da lei. Triste porque um homem falar mal de instituições que ele pertencia foi o que me deixou mais triste”, disse Ivanildo. “Prefeito, respeite esta Casa, de onde você saiu, respeite o Ministério Público para onde o senhor sempre recorre atrás de suas demandas desde quando era vereador”, reforçou Janu.
Por: Comunicação/CMJ