Artigo: A mulher de Adão
A Bíblia Sagrada pode ser interpretada de forma literal ou codificada. Em razão disso, há profundas divergências entre os teólogos, pois, muitas vezes, é empregado o método que não corresponde ao real sentido dado pelo autor.
- E disse Deus: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele”.
As figuras de linguagem acima, ampliam a ideia que se pretende passar. Naquela época e, por vezes ainda hoje, não é possível o uso restrito das palavras, mas apenas, uma forma filosófica de expressão. Num primeiro momento, cremos que a mulher teria sido criada após o homem, numa posição secundária a este. No entanto, ela é a própria gênese criadora. Para compreender melhor esta questão, devemos usar de analogia, trazendo a questão para o mundo científico.
- “Então, Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar”. Esta inspiração de Moisés de mais de três mil anos, embora não pareça, é de alto teor tecnológico.
A genética atual esclarece que é na medula óssea, presente no interior dos ossos, que se encontram células tronco, que podem ser manipuladas e clonadas, pois são ricas deste tecido que é a fonte principal. Neste caso, o termo "costela" faz referência a esse fato.
Certamente o raciocínio que estamos trazendo é profundo, provocando uma intensa reflexão sobre a origem da humanidade. Mas, o que pretendemos afirmar, é que as letras sagradas demonstram uma sabedoria que a ciência atual, somente agora, está alcançando.
Na ótica filosófica, a localização da costela não é superior nem inferior, mas na mesma escala, ou seja, ao lado, juntos. “E serão ambos uma carne”, trazendo uma ideia de igualdade entre os gêneros.
Fez Deus então, a mulher-progenitora, uma Genética Sagrada que só podemos compreender através do amor, pois seu espírito é carregado por esta virtude. Não é outra coisa que o elo sublime da consciência transcendente que nos conecta com Deus, uma “célula Divina” capaz de gerar vida, pois seus laços são um despertar luminoso que envolvem a criação.
Por: Mauro falcão/Advogado e escritor